|
Módulo
3:
Protocolos de Roteamento IGP
RIP
O
Routing Information Protocol foi um dos primeiros protocolos IGP e foi
muito popularizado pela implementação da ferramenta routed,
muito usada em sistemas UNIX 4BSD. Basicamente, este protocolo trata da
implementação direta do algoritmo de vetor distância.
A
métrica utilizada para o cálculo do melhor caminho baseia-se
no número de roteadores que um pacote iria percorrer até
chegar a seu destino, definido pelo termo HOP. A cada unidade pré
definida de tempo, cada roteador RIP envia atualizações
contendo todos os prefixos de sua tabela de rotas aos demais roteadores.
Esse tempo por default é 30 segundos. Cada mensagem de atualização
(update) possui as seguintes informações:
- Endereço
de destino da rede/host
- Endereço
IP do gateway que está enviando a mensagem
- A
métrica atual, que por ser única, indica o número
de HOPs para a rede/host destino
Na
recepção de atualizações, os roteadores RIP
analisam e comparam a informação recebida com a informações
que está na tabela de rotas e caso esta tenha novos prefixos ou
métricas menores para prefixos já existentes, a tabela de
rotas será modificada.
No
caso de um prefixo não ser divulgado durante 180 segundos, o roteador
enviará uma mensagem a seus vizinhos declarando que a rota não
está mais disponível, marcando-a como indisponível.
Aos 270 segundos, a rota é removida da tabela.
Alguns
mecanismos são implementados no protocolo RIP, afim de sanar determinados
problemas no roteamento. Tais mecanismos serão apresentados abaixo:
-
Hop
count limit: O valor máximo de TTL (Time to live)
no protocolo RIP é inicialmente setado em 16. Esse valor é
decrementado a cada roteador que o pacote passar e ao chegar em 0,
o pacote é descartado. Isso de um lado limita o tamanho da
rede, mas evita que em problemas de loops, um pacote permaneça
na rede infinitamente.
-
Split Horizon: Recurso que evita que um roteador
RIP propague rotas para a mesma interface que ele aprendeu, evitando
laços de 2 nodos. Uma ligeira modificação neste
procedimento é chamada de Poison Reverse Update, fazendo com
que a propagação de rotas seja também feita,
inclusive, na interface onde foi recebida, mas com métrica
16. Dessa forma, a rota será ignorada. Isso fará que
com a atualização seja feita mais rapidamente.
-
Triggered Updates e Hold down timer: Em redes maiores,
baseado no sistema de atualizações utilizado pelo RIP,
nota-se que o tempo de convergência torna-se um problema. Sendo
assim, o recurso de Triggered Updates faz com que no caso de uma rota
se tornar indisponível, o roteador não aguardar pela
próxima atualização (geralmente a cada 30 segundos)
para comunicar a seus viznhos, mas envia-la imediatamente. No entanto,
depois de uma rota ser removida, o recurso de Hold down timer faz
com que não sejam aceitos anúncios desta rota por determinado
tempo, evitando que algum vizinho mais lento divulgue informações
inconsistentes.
Existem,
no entanto, algumas limitações deste protocolo. Algumas
delas são apresentados abaixo:
-
O
número máximo de HOPs em 15 compromete seu uso em redes
maiores;
-
Em
sua versão 1, o RIP não carrega informações
de máscara de rede, ou seja, somente propaga rotas de redes
classfull (classes A, B ou C).
-
A
unica métrica utilizada é o número de HOPs, fazendo
com que nem sempre o melhor caminho seja contemplado. Um exemplo mais
claro é mostrado pela Figura 1, onde de A para C existem dois
caminhos. Um deles é pelo roteador B, tendo custo em 2 HOPs
e o outro seria diretamente com custo 1. Mesmo que os links pelo roteador
B sejam muito superiores em capacidade, ou ainda, mesmo que o link
de 64 Kbps esteja totalmente utilizado, o melhor caminho sempre será
pelo link de 64 Kbps já que a única métrica é
o número de HOPs.
Figura
1 - Decisão de melhor caminho segundo RIP |
Por
fim, vale lembrar que em 1993 surgiu a versão 2 do protocolo RIP,
propondo algumas melhoras no protocolo como autenticação
e inclusão de informações de máscara no anúncio
de rotas (suporte a VLSM e CIDR).
|
|